Em chamas! - Porque ardem as baterias de iões de lítio

As baterias de iões de lítio já existem há 25 anos. São normalmente seguras – mas nem sempre. Saiba porque explodem as baterias dos smartphones.


Em todo o Mundo não existe uma fábrica de baterias de iões de lítio que não tenha tido pelo menos um incêndio. Esta frase surge com frequência junto dos peritos em baterias, e não está longe da realidade. O lítio é um material muito instável e pode levar a este tipo de problemas, o que foi bem evidenciado pelo caso do Samsung Note 7. Está então na hora de olhar mais atentamente a uma tecnologia que cada um de nós tem consigo diariamente.

O que é a tecnologia de iões de lítio?

Há 27 anos foi registada a patente das baterias de iões de lítio na Alemanha. Em relação às baterias existentes até então, tinha duas grandes vantagens: uma grande capacidade de armazenamento de energia e um efeito de memória -vulgarmente chamado de vício da bateria - muito reduzido.

Dois anos depois surgiram as primeiras baterias de Li-Ion no mercado. Este tipo de baterias estabeleceu-se então como o padrão para todos os aparelhos com grandes necessidades energéticas, como telemóveis, câmaras digitais ou computadores portáteis.

Não é previsível que surja uma alternativa viável nos próximos tempos. Ainda não existe nenhuma tecnologia capaz de armazenar tanta energia, de aguentar tantos ciclos de carregamento e tudo com um tamanho tão reduzido.

Porque motivo explode a bateria?

A razão por detrás do escândalo do Samsung Note 7 ainda não foi descoberta. Suspeita-se que a corrida para construir uma bateria cada vez mais barata, potente e pequena tenha levado a este problema.

Uma bateria de Li-Ion é composta por várias camadas de lítio oxidado. O pólo positivo e negativo dividem-se por uma camada separadora milimétrica. O fabrico tem por isso de ser feito em salas especiais, com filtragem de ar industriais. Uma única partícula de pó pode danificar a camada separadora e causar um curto-circuito na bateria. O curto-circuito causa calor, que pode danificar outras partes da bateria e levar a uma reacção em cadeia. O resultado é uma explosão ou incêndio. O mesmo pode acontecer com temperaturas ambiente muito altas.  Como por exemplo ao deixar o telemóvel exposto ao sol no interior de um automóvel. Este tipo de casos já foi documentado em navegadores GPS.

As baterias de lítio são perigosas?

A esta pergunta deve-se responder na realidade com um redundante “não”. As baterias têm funções de segurança instaladas para prevenir tais eventualidades, desactivando-as antes que o curto-circuito aconteça. A electrónica adjacente verifica constantemente a temperatura e a corrente administrada, mantendo estas a um nível que não representa perigo. Por esse motivo os especialistas não consideram estas baterias como perigosas. Isto não significa obviamente que não existam defeitos de fabrico.

O que fazer quando a bateria começa a arder?

Se o smartphone ou o portátil começar a pegar fogo, tem de reagir rapidamente. Um sinal de um curto-circuito é um aquecimento repentino e invulgar do aparelho. O cheiro a plástico queimado é também sinal de alarme.

O melhor a fazer é, se possível, levar o aparelho para o ar livre. Não tente apagar o fogo com água. Uma bateria em chamas pode facilmente atingir vários milhares de graus e, para além disso, o lítio reage violentamente em contacto com água e oxigénio. Até os bombeiros têm dificuldades em apagar fogos com baterias.

 Veja neste vídeo um exemplo da reacção do lítio com água:



Por isso, o nosso conselho é colocar o aparelho num local onde o fogo não se possa espalhar, como no interior de uma panela, e deixar queimar no exterior.

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