Fotógrafo Joel Santos partilha quatro dicas fundamentais para fotografar a sua próxima viagem



Joel Santos, Embaixador Canon e fotógrafo profissional de viagens e natureza, reúne e partilha as principais dicas para conseguir fotografias de viagem perfeitas:


1. Seja prático
"Antes de uma viagem, é importante pensar de forma prática no deve levar. Questione-se sobre: o quanto é que vou andar hoje? A minha mochila é confortável? O meu kit é resistente para as condições que vou enfrentar? Isto pode parecer básico, mas eu perdi a conta da quantidade de vezes, na minha carreira, que levei demasiadas coisas na mala e compliquei o meu trabalho em vez de o facilitar.

Pessoalmente, acredito que uma viagem de sucesso é quando descubro e conto uma história que nunca foi contada – quer esteja a fotografar uma paisagem, um grupo, uma tribo ou uma só pessoa. Mas estas imagens não são fáceis. Para contar histórias novas e envolventes através da fotografia, é preciso explorar. Muitas vezes envolve caminhar a pé por percursos virgens e é preciso ter a certeza que consigo carregar todo o equipamento durante longos períodos.

Para mim, o peso do meu equipamento é o fator mais importante quando tenho de escolher o kit certo para cada projeto. Uma câmara EOS 5DS R com objetiva, como a nova EF 70-200mm f/4L IS II USM, é uma combinação leve que me permite captar fotografias de qualidade sem "dar cabo das minhas costas" – literalmente!"

Além de escolher o kit certo, assegure-se que tem uma mochila com qualidade. Leve, mas almofadada, com tiras para prender à volta da cintura, assim assegura que o peso fica distribuído uniformemente."

2. Esteja preparado
"Enquanto fotógrafo de viagem, é importante manter a mente aberta quando planeia uma expedição. Nem todas as viagens podem ser planeadas meticulosamente com antecedência. Algumas das minhas melhores viagens foram as que não tive tempo de planear nada além dos voos – faz tudo parte da aventura! 

No entanto, nas viagens que não consigo planear a direção que vou tomar, quem vou conhecer ou onde vou dormir, eu tento sempre preparar-me para o estilo de vida desse país. Por exemplo, se visito um país cujo idioma não sei falar, eu procuro um intérprete que me possa ajudar a conectar com os locais na área que quero conhecer e fotografar. Esta foi a minha abordagem na viagem para a Mongólia Ocidental para fotografar Eagle Hunters. Eu sabia que queria fotografar uma família, mas não sabia onde nem quem podia ser até começar a explorar o país.

Além disso, eu esforço-me sempre por descobrir o máximo que consigo sobre o país, a área, os costumes e os habitantes. Dessa forma eu tiro o máximo proveito da minha visita e represento as pessoas, tal e qual como são. Uma lição importante que aprendi quando fotografo em diferentes partes do mundo, é que nem toda a gente viu uma câmara profissional, e vamos ser honestos, estes kits podem ser intimidantes! Com o tal, é importante fazer uma pesquisa e pensar bem no tipo de kit que leva para cada situação. Por exemplo, antes de viajar para a Etiópia para fotografar as tribos de Omo Valley, decidir começar com uma objetiva mais pequena e discreta (a EF 50mm f/1.8 STM), e assim que ganhei alguma confiança mudei para uma objetiva maior e mais versátil. Utilizei a mesma abordagem com a EF 70-200mm f/4L IS II USM, alterando gradualmente conforme os meus participantes se familiarizam com o kit. É uma ótima escolha quando preciso de uma objetiva mais pequena que não compromete a qualidade de imagem."

3. Seja paciente
"A paciência é uma virtude para os fotógrafos de viagem. Não pode querer chegar a um novo país e conseguir logo a imagem perfeita. Tenha paciência e compreenda que às vezes leva algum tempo a envolver-se totalmente no meio onde se encontra. Conhecer os locais e fazer perguntas é uma forma de ficar a conhecer melhor a cultura. Mas a paciência é também importante quando falamos das pessoas a fotografar. É importante estar preparado para o facto de às vezes demorar algum tempo a sentirem-se confortáveis com um desconhecido – e a sua câmara.

Em várias situações tive de ganhar a confiança das pessoas em questão até se sentirem confortáveis e tranquilas com a minha presença – isto é essencial quando quer tirar fotografias naturais. Por exemplo, tive de andar com o meu equipamento durante 35 km nas regiões selvagens da Mongólia com uma família Kazakh nómada, até me levarem, a mim e ao projeto, a sério, e perceber que eu estava realmente interessado nos seus estilos de vida e com boas intenções. O mesmo aconteceu no norte da Mongólia, com os Tsaatan (povo das renas).

A paciência compensou e os resultados foram impressionantes. Captei uma série de imagens que mostram de uma forma única como se vive num dos sítios mais remotos, desafiantes e bonitos do mundo. A prova foram os gostos dos jornais The Guardian, Huffington Post e New York Post.

Embora leve tempo a ganhar a confiança das pessoas e tenha de andar, escalar ou nadar para conseguir a fotografia perfeita, a paciência é imprescindível e o resultado (quase) sempre compensa."

4. Seja diferente
"Hoje em dia, parece que muitos fotógrafos visitam os mesmos 'Insta-places' e tiram as mesmas fotografias às mesmas coisas.

A fotografia é mais do que captar uma imagem bonita – é sobre contar uma história e, mais importante, uma história nova. Tirar uma réplica de uma imagem existente não é o suficiente na fotografia de viagem. Quem deseja seguir uma carreira nesta indústria tem de ser capaz de conseguir imagens únicas que revelam algo desconhecido, quer seja sobre um local, um grupo, uma pessoa ou uma história por contar.

Além disso, para me destacar, experimento constantemente novos kits e tiro fotos de diferentes ângulos, com diferentes luzes, etc. Um bom kit permite-me melhorar a minha capacidade artística e fotografar com a minha própria marca. Por exemplo, eu adoro fundos grandes e amplificados que me permitem contar uma maior história sobre a pessoa que estou a fotografar. O zoom da teleobjetiva EF 70-200mm f/4L IS II USM permite-me jogar com o tamanho do fundo para dar às minhas imagens o fator 'uau'."

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